MORRO VELHO - Encontros

Esse blog tem o objetivo de trazer para os dias de hoje as vivências e recordações dos bons tempos do Grupo Morro Velho. Aqui, os ex-integrantes e todos os amigos daqueles inesquecíveis anos, poderão postar fotos, relatos, piadas e tudo que possa tornar vivas essas recordações. É um espaço que pretende também ser uma extensão dos nossos encontros. Um "Buteco virtual" onde poderemos exercitar nossa grande amizade.

AMIGOS INCRÍVEIS

PARA OUVIR AS CANÇÕES DO MORRO VELHO DESÇA ATÉ AO FINAL DA TELA.

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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Tempos bons...


Pausa, ensaio do show do Maurílio Rocha, anos 80, um pedaço do Juninho, Maurílio, Laranja, eu (Magrão) e Jânio Daniel...




terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Estatuto do homem

Deixo hoje um poema do Thiago de Mello que dispensa qualquer tipo de apresentação.
Abração a todos!
Fred.


ESTATUTO DO HOMEM
(Ato Institucional Permanente)

A Carlos Heitor Cony

Artigo I

Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.


Artigo II Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.


Artigo III

Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.


Artigo IV

Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:

O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.


Artigo V

Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.


Artigo VI

Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.


Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.


Artigo VIII

Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.


Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.


Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
o uso do traje branco.


Artigo XI

Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.


Artigo XII

Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:

Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.


Artigo XIII

Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.


Artigo Final.

Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.


Thiago de Mello
Santiago do Chile, abril de 1964

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Coração insano (poema musicado)

Bom domingo meus amigos!!!
Estou trazendo mais uma composição pra cá...
Dessa vez um samba-bossa: "Coração insano".
O poema é do meu parceirinho carioca Zé Silveira.
Espero que curtam.
Agradeço pela audição.
Abraço forte desse amigo aqui.






Parido.
Palavras
concebidas
puras,
numa nudez
tão pura.

Como
num corpo
que o rio rasga
e o mar beija
em marés...

Morrendo
e renascendo,
feito
a noite,
feito
o dia.

Insano! insano!

Não me importo
com as palavras,
tampouco com seus ruídos
se o que mais quero,
no fundo,
é matar o tédio.

Que eu seja
o poema
caído
aos teus pés
qual uma
canção.

Invejando
a poesia;
que me chega
com mestria

ao coração
Insano, insano.

Parido.
Palavras
concebidas
puras,
numa nudez
tão pura.

Como
num corpo
que o rio rasga
e o mar beija
em marés...

Morrendo
e renascendo,
feito
a noite,
feito
o dia.

Insano! insano!

Não me importo
com as palavras,
tampouco com seus ruídos
se o que mais quero,
no fundo,
é matar o tédio.

Que eu seja
o poema
caído
aos teus pés
qual uma
canção.

Invejando
a poesia;
que me chega
com mestria

ao coração
Insano, insano.
Insano, insano.



Música: Frederico Salvo
Letra: José Silveira

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Auto-retrato (poema musicado)



Extraído do soneto de mesmo nome de Júlio Saraiva
Música: Frederico Salvo


Olê, olê, olá, olê, olê...
Olê, olá...
Olê, olê, olá, olê, olê...

só por acumular erros antigos
já nem dou conta se a velhice é fato
ao longe avisto amadas e amigos
todos sorrindo no mesmo retrato

não temo a morte nem temo castigos
vou procurando manter-me sensato
planto maçãs onde nasciam figos
se ressuscito amanhã me mato

torto é meu andar como este soneto
pouco se me dá se é de pé-quebrado
a linha reta transformei em arco

não quero mais regras nem branco no preto
sou absoluto não troco de lado
navego só por conta do meu barco.

Olê, olê, olá, olê, olê...
Olê, olá...
Olê, olê, olá, olê, olê...

só por acumular erros antigos
já nem dou conta se a velhice é fato
ao longe avisto amadas e amigos
todos sorrindo no mesmo retrato

não temo a morte nem temo castigos
vou procurando manter-me sensato
planto maçãs onde nasciam figos
se ressuscito amanhã me mato

torto é meu andar como este soneto
pouco se me dá se é de pé-quebrado
a linha reta transformei em arco

não quero mais regras nem branco no preto
sou absoluto não troco de lado
navego só por conta do meu barco.

Olê, olê, olá, olê, olê...
Olê, olá...
Olê, olê, olá, olê, olê...